No dia 20 de Maio de 2017, a Casa do Educador vestiu-se de gala para a inauguração da tão desejada requalificação da sua sede, em Amora.
Esta inauguração contou com a presença, do Sr. Presidente da Câmara Municipal do Seixal, Eng. Joaquim Santos, o Sr. Presidente da Assembleia Municipal, Dr. Alfredo Monteiro, ainda os senhores Vereadores Vanessa Silva, Jorge Gonçalves, José Carlos Gomes e Manuela Calado.
Também estiveram representadas pelos seus presidentes a Juntas de Freguesia de Amora e Seixal, Manuel Araújo e António Santos respectivamente; para além de muitas instituições do Movimento Associativo do Concelho, muitos sócios e convidados, num total de mais de duzentas pessoas, o que atesta bem a importância deste ato.
História da casa sede da Casa do Educador
No mesmo dia em que a Amora comemorava os 24 anos da sua passagem a cidade, dia 20 de maio, na Casa do Educador festejava-se a inauguração do edifício-sede, agora já recuperado, depois de obras necessárias para a sua completa utilização.
A “escola antiga” de Amora é uma estrutura que começou por ser casa de habitação e, mais tarde, em inícios do século XX, serviu de escola primária. Assim, a grande maioria dos Amorenses deu aqui os primeiros passos na aprendizagem dos números e das letras, e para eles este edifício representa um pedaço da sua vida carregado de emoções e de afectos. E de saudades.
Ora, no sábado, com a presença do senhor Presidente da Câmara Municipal do Seixal, do senhor Presidente da Assembleia Municipal e do senhor Presidente da Junta de Freguesia de Amora, assim como de vários Vereadores da Câmara e do Presidente da União das Juntas, de elementos da Corpos Sociais da CES, de sócios, de representantes de escolas e do movimento associativo, de amigos e de muitos elementos da população, as instalações da Casa do Educador foram finalmente colocadas à disposição de todos os interessados.
Houve também oportunidade de inaugurar uma belíssima exposição de serigrafias de importantes autores portugueses pertencentes à nossa associada Bela Mestre. E, após uma visita efectuada pelos convidados, foi dada a palavra ao Presidente da Casa do Educador, ao Presidente da Junta de Freguesia de Amora, ao Presidente da Assembleia Municipal e ao Presidente da Câmara Municipal do Seixal. Depois dos discursos, o Coro Polifónico da Unisseixal deu-nos o prazer de ouvirmos quatro canções, após o que foi distribuído um Moscatel de Honra.
Foi um dia magnífico para a CES, pois esta inauguração foi sentida por todos como um sinal de gratidão pelo trabalho que tem sido realizado no Concelho do Seixal pela Casa do Educador, pela Unisseixal e pela CesViver.
Jaime Ribeiro
Intervenção do Presidente da Casa do Educador
Saudações:
Ex.mo Senhor Presidente da Câmara Municipal do Seixal
Ex.mo Senhor Presidente da Assembleia Municipal do Seixal
Ex.mos Senhores Vereadores e demais eleitos da Câmara Municipal do Seixal
Ex.mo Senhor Presidente da Junta de Freguesia de Amora
Ex.mo Senhor Presidente da União de Freguesia de Arrentela, Seixal e Paio Pires e restantes eleitos das Juntas de Freguesia do Concelho
Ex.ma Senhora Presidente da Mesa da Assembleia Geral e restantes membros dos Órgãos Sociais da Casa do Educador,
Ex.mo Senhor Reitor da Unisseixal e restantes membros do Conselho Diretivo da Unisseixal
Ex.mos Senhores Membros do Senado da Unisseixal
Ex.ma Senhora Diretora Executiva da Cesviver e restantes membros da Direção Executiva.
Ex.mos Senhores Diretores e Professores de Escolas e Agrupamentos do Concelho
Ex.mos Senhores Presidentes e representantes de instituições do Movimento Associativo do Concelho
Ex.mos Senhores Professores e alunos da Unisseixal
Caros sócios, familiares e amigos da Casa do Educador
Senhores Convidados
Muito bom dia a todos. Obrigado pela vossa presença.
A Casa do Educador está a viver mais um dia importante da sua existência e a presença de tantas entidades, de tantas instituições, de tantos sócios, de tantos amigos neste ato é bem demonstrativo da sua importância.
O dia 20 de maio 2017 passará a ser uma data a recordar e comemorar como uma data marcante na existência da Casa do Educador.
Na vida da instituição já há duas datas históricas que anualmente celebramos com a solenidade e dignidade que essas efemérides merecem.
Foi a 28 de outubro de 2002 que a Casa do Educador viu a luz do dia, que tinha como principal objetivo, segundo os estatutos de então, desenvolver ações e iniciativas de integração social e comunitária dos seus associados bem como a proteção dos mesmos na situação de velhice e invalidez.
Mas sendo os associados, profissionais da educação, com uma vida profissional dedicada às pessoas e conhecedores dos seus problemas, necessidades e anseios, depressa concluímos que não nos podíamos fechar sobre nós próprios.
Foi em 15 de janeiro de 2007 que, depois das necessárias alterações estatutárias, nos abrimos à sociedade, primeiro com a criação da Unisseixal e meses mais tarde a Cesviver, duas valências da Casa do Educador com um cariz marcadamente social e cultural, com uma atividade assente em trabalho voluntário, cujos méritos são reconhecidos pelas entidades com responsabilidade nestas áreas e que a adesão da população comprova.
O êxito alcançado por estes dois projetos da Casa do Educador, o empenho, dedicação e esforço no seu desenvolvimento e a procura de soluções para as solicitações que íamos tendo, os nossos sócios foram passando para segundo plano, não nas nossas preocupações, mas sobretudo nas condições de que desfrutavam dentro da associação.
Com efeito, até ao dia de hoje, devido à exiguidade das nossas instalações, nunca foi possível reservar um espaço que os sócios pudessem frequentar livre e autonomamente, pelo que, em rigor não podíamos dizer que a Casa do Educador dispunha de uma sede.
Com a requalificação deste edifício, hoje inaugurado, os nossos associados foram colocados no lugar que lhes é devido; em primeiro lugar.
A partir de agora podem entrar pela porta dentro, sem pedir licença e ocupar o lugar que lhes pertence por direito próprio.
Quinze anos depois podemos dizer, com satisfação, aos associados: “esta é a vossa casa, frequentem-na, desfrutem-na, deem-lhe vida”.
A partir de agora passam a ter à disposição, em permanência e exclusividade uma sala de convívio devidamente equipada, uma sala com meios informáticos para poderem realizar os seus trabalhos, navegar na internet, comunicarem com quem o desejarem e tudo o mais que estes meios tecnológicos permitem.
Uma biblioteca, com algumas centenas de títulos, muitos oferecidos por associados e amigos e que estão à disposição dos associados para ler ou consultar aqui ou levar para casa.
Um gabinete de Psicologia, onde o professor Vitor Vitorino se disponibilizou para atender sócios da Casa do Educador, professores e alunos da Unisseixal, beneficiários e aderentes da Cesviver, em regime de voluntariado.
Dispomos ainda de um espaço, de momento, sem utilização definida, que, embora tenhamos a nossa proposta, os associados serão chamados a dar a sua opinião sobre o melhor destino a dar-lhe.
Muitos dirão: “está bem, mas foi preciso esperar quinze anos para que isso acontecesse. Quinze anos é muito tempo”. Eu até posso, sem grande esforço, acompanhar quem assim pensa. Na verdade, quinze anos é muito tempo, demasiado tempo, diria mesmo.
Mas a sabedoria popular é uma grande ajuda para compreensão destas situações e se por um lado essa sabedoria nos diz que “Roma e Pavia não se fizeram num dia”, também nos diz que “saber esperar é uma virtude”.
Se o primeiro ditado popular nos lembra as nossas limitações, dificuldades e a necessidade de definir prioridades, o segundo diz-nos que a nossa persistência e determinação serão sempre premiadas.
Mas, já que procuramos na sabedoria popular justificação para as nossas atitudes, permitam-me que vos lembre mais um ditado popular, este talvez menos conhecido, mas não menos assertivo e que diz o seguinte: “Hora a hora Deus melhora. Podes ter fé no rifão, mas não durmas, vai buscando remédio pela tua mão”.
Durante todo este processo seguimos à risca este ditado. A nossa confiança nas instituições, nomeadamente na Câmara Municipal foi total. Sempre nos foi reafirmada a intenção, vontade e necessidade de realizar a obra, mas também nunca nos foram ocultadas as dificuldades e a necessidade de aguardar pela melhor oportunidade.
Mas nós também nunca nos escudámos na falta de condições para deixar de fazer fosse o que fosse. Não foi por não dispormos das melhores condições que o nosso relatório de atividades de 2016, à semelhança do de anos anteriores, deixou de ser um documento com mais de vinte páginas, onde é descrita uma intensa atividade social e cultural desenvolvida pela Casa do Educador e pelas suas valências Unisseixal e Cesviver.
Atividade cultural traduzida em workshops, exposições, idas a o teatro e à ópera, visitas a museus, monumentos e outros locais de interesse histórico e cultural, viagens, palestras, lançamento de livros de nossos associados ou de edições da Casa do Educador, datas comemorativas, visitas de estudo, num total de mais de noventa iniciativas.
Também mantivemos uma interação assinalável com o meio envolvente, em que sobressai a participação e colaboração em iniciativas de outras instituições, com particular relevo para a atuação de grupos/turmas da Unisseixal, com mais de duas dezenas de atuações.
Também a nossa participação no Conselho Geral de três Agrupamentos de Escolas do Concelho atesta o reconhecimento e o prestígio granjeado.
Tudo isto sem prejuízo da atividade letiva normal com as cento e vinte e seis turmas da Unisseixal ministradas por mais de oitenta professores voluntários, o acompanhamento e atividade semanal das cerca de meia centena de beneficiários da Cesviver e o trabalho invisível de gerir uma estrutura com mais de um milhar de pessoas, entre sócios da Casa do Educador, professores e alunos da Unisseixal e beneficiários da Cesviver, com poucos recursos humanos e materiais.
Cabe aqui um agradecimento à direção da Sociedade Filarmónica Operária Amorense, que durante os cerca de dezoito meses em que este edifício esteve em obras, acolheu graciosa e generosamente a Cesviver.
Por isso senhor presidente Joaquim Santos, é com satisfação que podemos afirmar que nesta parceria, cada um cumpriu com a sua parte, como é suposto e desejável que aconteça numa relação que se quer franca, leal e eficaz, em que os parceiros pugnam pelos mesmos objetivos, que neste caso é contribuir para a melhoria da qualidade de vida das populações.
É, pois, com satisfação que felicito a Câmara Municipal do Seixal e em particular o Senhor Presidente, não só pela execução desta obra, mas sobretudo pelo excelente trabalho aqui realizado e que todos puderam constatar.
Foi a recuperação de um edifício oitocentista, com a beleza da arquitetura que marca essa época, que enriquece o património histórico e arquitetónico da cidade de Amora.
Da nossa parte prometemos que tudo faremos para lhe dar uma utilização condigna, que dignifique a sua história e que o trataremos com o cuidado e carinho que merece.
Nas nossas conversas com a Câmara Municipal do Seixal, particularmente com o Senhor Presidente Joaquim Santos e com a Senhora Vereadora Vanessa Silva sobre a necessidade de execução desta obra, sempre relegamos para segundo plano as nossas necessidades e comodidades, relevando a necessidade e urgência em preservar um edifício histórico e principalmente as suas memórias e que o adiantado estado de degradação punha em risco.
Na verdade, este edifício, com várias décadas de utilização como Escola Primária, como se designava então, por estas salas passaram gerações de Amorenses que guardam com carinho e saudade as memórias desse tempo e que fazem questão de publicamente o manifestar.
Não raras vezes, pessoas nos entram pela casa dentro e nos dizem com emoção: “esta foi a minha escola” ou “a minha sala era aquela” ou ainda “Foi aqui que aprendi a ler” ou que nos trazem fotografias do tempo em que eram alunos desta escola e nos pedem para visitar o edifício.
Podem imaginar a deceção e angústia com que verificavam o estado de degradação em que o edifício se encontrava. Deceção e angústia várias vezes manifestada pela nossa associada Lucília Sebastião, que foi professora neste edifício e mora mesmo em frente, que nos dizia que não conseguia ir à varanda de sua casa porque ver a sua escola morrer lhe partia o coração.
Pois bem, a professora Lucília Sebastião foi a primeira visita que tivemos quando regressamos e que referiu com emoção e uma lagrimazinha ao canto do olho, que veio de prepósito para nos dizer que agora não há nenhum dia que não passe largos minutos na varanda de sua casa a olhar para a “sua escola”, porque vê-la assim bonita e de cara lavada lhe deu uma alma nova.
Nas dezenas de exposições que realizámos na nossa Galeria, ao longo dos dez anos em que o edifício nos acolheu, há duas que me ficaram na memória, pelo significado e impacto que tiveram.
Em 2012, nas comemorações do décimo aniversário da Casa do Educador, teve lugar uma exposição evocativa dessa efeméride.
Exposição feita sob orientação da Vice-presidente de então, professora Antónia Lança e com a inestimável colaboração da Dra. Vera Palaio, da Junta de Freguesia de Amora, e que contava, de forma simples e esteticamente atraente, a história dos dez anos de existência da Casa do Educador.
Em 2015, sob orientação do vice-presidente Professor Jaime Ribeiro, realizamos uma exposição que contava a história do edifício.
Exposição muito bem conseguida, onde não faltavam as carteiras antigas, o tinteiro, a caneta de aparo, os mapas antigos, caixas métricas e fotografias; muitas fotografias, que nos foram cedidas por antigos alunos e professores desta escola.
Foi a exposição com maior impacto, sendo a que maior número de visitantes teve, com largas centenas de amorenses a visitar, demoradamente, a mostra, e muitos a voltarem de novo com amigos para orgulhosamente lhe mostrar a sua fotografia do tempo de escola, o que atesta bem o que foi referido sobre o carinho que os amorenses têm por este edifício.
É, pois, com satisfação que verifico a feliz coincidência de este ato ocorrer no dia da Cidade de Amora, contribuindo assim para abrilhantar as comemorações, aproveitado a oportunidade para felicitar o senhor Presidente da Junta de Freguesia de Amora, Manuel Araújo, pela passagem desta efeméride, desejando que a nossa terra continue na senda do progresso.
Por vezes ouvem-se em surdina, amorenses, felizmente poucos, opinando que a atual utilização não é a melhor forma de preservar a memória do edifício. Seria mais adequado um museu ou outro equipamento similar.
Com todo o respeito que me merecem as opiniões de todas as pessoas e correndo o risco de ser acusado de estar a ser juiz em causa própria, penso que não têm razão.
Sendo a Casa do Educador uma associação de pessoas que dedicaram a sua vida profissional ao ensino, que tem como objetivo dignificar e proporcionar aos seus associados, atividades culturais e de lazer; desenvolver atividades e ações que defendam e dignifiquem a escola pública, que possibilita à população em geral continuar a aprender ao longo da vida; que desenvolve atividades que visam combater o isolamento, a solidão e melhorar a qualidade de vida das pessoas, que melhor forma de preservar a memória de um imóvel cuja utilização esteve ligada ao ensino, durante décadas e por onde passaram gerações de Amorenses?
Mas se as razões apontadas não são suficientemente convincentes então posso anunciar que temos outros projetos em mente e que com esta melhoria nas instalações poderão finalmente ser postos em prática, estando pronto a arrancar um Centro Investigação, em que nos propomos refletir sobre os problemas do ensino em Portugal e apontar caminhos.
Porque depositamos muita esperança neste projeto, está já constituído um primeiro grupo de trabalho, sob a orientação do Professor Jaime Ribeiro, que terá uma primeira reunião já em junho próximo e que, de futuro, não deixaremos de convidar personalidades exteriores à instituição, com currículo na matéria, para que, de uma forma pontual ou permanente, nos ajudem nesta tarefa tão ambiciosa quanto difícil e na qual esperamos que os professores e escolas do concelho tenham um papel preponderante.
Somos uma instituição jovem, mas não esperamos que seja o tempo a fazer a nossa história, queremos ser nós próprios marcar o seu ritmo e a escrevê-la, por isso os sucessos passados, o sonho que hoje se concretiza e a alegria que estamos a viver não nos adormecem.
Amanhã tudo isto é passado e nós estaremos voltados para o futuro, com novos sonhos, com novos projetos e novas preocupações, porque a nossa ambição não tem limites.
As nossas preocupações imediatas, a partir deste momento, já estão voltadas para a melhoria e adequação das instalações da Unisseixal, que, para além de exíguas têm demasiadas barreiras arquitetónicas e deficientes acessibilidades para as caraterísticas da população que servimos.
Também a concretização de um sonho antigo de todos os sócios da Casa do Educador, que consta dos seus estatutos, faz parte das nossas preocupações. Refiro-me, como já perceberam, à Casa de Repouso do Professor.
Dois projetos em cuja concretização não esperamos facilidades, mas por isso mesmo dois desafios aliciantes.
Eu que sou um otimista incorrigível, não só acredito que são possíveis, como tenho a certeza que serão uma realidade. O tempo, que é um grande conselheiro, dar-me-á razão e também aqui a parceria com a autarquia não deixará de ter um papel relevante.
Já vos dei conta das nossas preocupações culturais, ocupando a cultura uma parte substancial do nosso plano de atividades. Por isso mesmo, a cultura teria, obrigatoriamente, de estar presente nesta cerimónia.
Logo de início tivemos a atuação da Banda da Sociedade Filarmónica Operária Amorense.
Agradeço ao Senhor Presidente Manuel Araújo, que em nosso nome a convidou para estar presente neste ato e agradeço, muito particularmente, ao Maestro Jacinto Montezo e seus músicos pela brilhante atuação e que, atuando no exterior do edifício proporcionou uma efetiva ligação e envolvimento da cidade neste evento.
Na nossa Galeria de exposições, acabámos de inaugurar uma mostra, da responsabilidade do professor Jaime Ribeiro, composta por obras do acervo da nossa associada Bela Mestre, a quem agradecemos a sua cedência. Exposição muito bela, composta por peças muito valiosas, que muito dignifica e prestigia esta cerimónia.
Quando terminarmos este momento protocolar, o Coro Polifónico da Unisseixal brindar-nos-á com uma atuação que, tenho a certeza, nos encantará, agradeço ao maestro Maurício Vieira da Silva e a todos os coralistas a disponibilidade para estarem connosco neste momento solene.
Porque a gastronomia também é cultura, terminaremos com um Moscatel de Honra, pretexto para uns momentos de convívio.
Termino agradecendo, mais uma vez, a vossa presença e a paciência que tiveram em me ouvir. Muito obrigado.
Tomás Bento Aquino